Já meio saturado e tanto esperar, de tanto pensar,
de tanto... Ah, de tanta coisa é que venho aqui escrever novamente sobre “pé na
estrada”.
Eu e Laurita Dias no morro do Cristo vendo o nascer do Sol
O ano de 2012 foi “carregado” como diz o pessoal
daqui. Esse ano teve de tudo e um pouco mais. Tudo começa comigo saindo de
minha linda Cajazeiras e partindo pra ir estudar em João Pessoa na UFPB, um mês
de aula lá e já estava eu de volta em Cz. Tinha sido chamado pra estudar em
Campina Grande, na UFCG. Desde então tenho esperado as aulas começarem, e nessa
bendita espera me apareceram pessoas, outras sumiram, outras nem chegaram. Foi
um ano frenético de mudanças radicais, até. De muito tempo livre, de muitas
escolhas, encruzilhadas, lutas, companheirismo, militância, estudo, mas também
de angústia e perturbações. Acontece.
Hoje é um dos últimos dias em que continuo por aqui.
Serão longos cincos anos por outras terras, literalmente o “cara pálida” em
meio á Yankees. Velejando com meu barco em meio a um mar de acasos, mas como já
dizia Calcanhotto “onde foi exatamente que larguei naquele dia mesmo o leão que
sempre cavalguei”, o bom nisso é que eu o tenho de volta!
Esse é um texto de despedida, pra meus amigos, como
uma carta que você envia pra cada um. O que mais me pesou foi isso, meus amigos.
Às vezes não parece ou não demonstro, mas sim, tenho um carinho enorme por
eles, gosto, os adoro, os quero perto e esse é o maior sacrifício que vou ter
que fazer além dos outros tantos que vão vir pela frente. Vou ter que ir pra
longe, mas levando todos no coração e na saudade. A lei da troca equivalente
reina como um imperador cruel: “Pra receber algo é preciso dar algo de valor
igual em troca” e aqui estou eu nessa silhueta mais uma vez.
Quando me faltava exatamente um mês pra ir embora
escrevi esse texto donde salvei por que precisa completa-lo, acho que agora
esta:
Logo depois vai ter o devaneio, a saudade. Vai ter aquele desejo rasgante de onde ser e onde estar. Mas vai ter chegada também, vai ter abraço, vai ter saudade morta, mas que logo mais virá. Vai ser assim enquanto não chega mais outro fim de jornada.
E como da primeira vez, termino o texto com a música que chega bem longe do perto que é me definir.
Mapas do Acaso - Engenheiros do Hawaii
não peça perdão, a culpa não é sua
estamos no mesmo barco e ele ainda flutua
não perca a razão, ela já não é sua
onda após onda, o barco ainda flutua
ao sabor do acaso
apesar dos pesares
ao sabor do acaso... flutua
então, preste atenção: o mar não ensina, insinua
estamos no mesmo barco, sob a mesma lua
no mar, em marte, em qualquer parte
estaremos sempre sob a mesma lua
ao sabor da corrente
tão fortes quanto o elo mais fraco
ao sabor da corrente... sob a mesma lua
âncora, vela
?qual me leva?
?qual me prende?
mapas e bússola
sorte e acaso
?quem sabe (?) do que depende?