quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Mapas e acasos - parte II


Já meio saturado e tanto esperar, de tanto pensar, de tanto... Ah, de tanta coisa é que venho aqui escrever novamente sobre “pé na estrada”.

Eu e Laurita Dias no morro do Cristo vendo o nascer do Sol

O ano de 2012 foi “carregado” como diz o pessoal daqui. Esse ano teve de tudo e um pouco mais. Tudo começa comigo saindo de minha linda Cajazeiras e partindo pra ir estudar em João Pessoa na UFPB, um mês de aula lá e já estava eu de volta em Cz. Tinha sido chamado pra estudar em Campina Grande, na UFCG. Desde então tenho esperado as aulas começarem, e nessa bendita espera me apareceram pessoas, outras sumiram, outras nem chegaram. Foi um ano frenético de mudanças radicais, até. De muito tempo livre, de muitas escolhas, encruzilhadas, lutas, companheirismo, militância, estudo, mas também de angústia e perturbações. Acontece.

Hoje é um dos últimos dias em que continuo por aqui. Serão longos cincos anos por outras terras, literalmente o “cara pálida” em meio á Yankees. Velejando com meu barco em meio a um mar de acasos, mas como já dizia Calcanhotto “onde foi exatamente que larguei naquele dia mesmo o leão que sempre cavalguei”, o bom nisso é que eu o tenho de volta!

Esse é um texto de despedida, pra meus amigos, como uma carta que você envia pra cada um. O que mais me pesou foi isso, meus amigos. Às vezes não parece ou não demonstro, mas sim, tenho um carinho enorme por eles, gosto, os adoro, os quero perto e esse é o maior sacrifício que vou ter que fazer além dos outros tantos que vão vir pela frente. Vou ter que ir pra longe, mas levando todos no coração e na saudade. A lei da troca equivalente reina como um imperador cruel: “Pra receber algo é preciso dar algo de valor igual em troca” e aqui estou eu nessa silhueta mais uma vez.

Quando me faltava exatamente um mês pra ir embora escrevi esse texto donde salvei por que precisa completa-lo, acho que agora esta:

Um mês, apenas um. Onde a pressa é tamanha e o tempo é muito e ao mesmo tempo pouco. Vou talhar nossos nomes, o meu, o seu, o dele em árvores imaginárias que se eternizam na memória feito fotografia guardada em álbuns de recordação.
Logo depois vai ter o devaneio, a saudade. Vai ter aquele desejo rasgante de onde ser e onde estar. Mas vai ter chegada também, vai ter abraço, vai ter saudade morta, mas que logo mais virá. Vai ser assim enquanto não chega mais outro fim de jornada.


E como da primeira vez, termino o texto com a música que chega bem longe do perto que é me definir.

Mapas do Acaso - Engenheiros do Hawaii


não peça perdão, a culpa não é sua 
estamos no mesmo barco e ele ainda flutua 
não perca a razão, ela já não é sua 
onda após onda, o barco ainda flutua 
ao sabor do acaso 
apesar dos pesares 
ao sabor do acaso... flutua

então, preste atenção: o mar não ensina, insinua 
estamos no mesmo barco, sob a mesma lua 
no mar, em marte, em qualquer parte 
estaremos sempre sob a mesma lua 
ao sabor da corrente 
tão fortes quanto o elo mais fraco 
ao sabor da corrente... sob a mesma lua

âncora, vela 
?qual me leva? 
?qual me prende? 
mapas e bússola 
sorte e acaso 
?quem sabe (?) do que depende?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A ira de um anjo


A sociedade costuma condenar sem perdão atos como assassinato, estupro, canibalismo, esquartejamento, tortura e outra série de atos desumanos que são praticados mundo afora, mas em alguns casos tais atos podem ser explicados. O "porque?" dessas ações pode ter um significado ou uma resposta coerente. Não venho aqui defender tais atos mas sim dizer que em alguns casos eles são movidos por algo há mais, conscientemente ou inconscientemente há algo neles onde se encontra os reais motivos que justifiquem esses atos.

É comprovado que a formação de nossa personalidade começa na infância e vai até a adolescência e é justamente no período da infância onde o meio em que a criança vive mais vai influenciar na sua vida adulta e nos seus atos. Tudo o que ela viveu de bom ou ruim/de bom e ruim será reproduzindo por ela mais tarde. Sua mente e seu corpo vão reagir a esses estímulos.

É fácil perceber como uma pessoa reage a um trauma, muitas vezes ele se esconde, quer ficar só, ou até mesmo pode atacar alguém. Pessoas que sempre tiverem uma vida tranquila são mais apegáveis, amorosas e carinhosas. Tudo é reflexo.

Mas o que venho tratar aqui é justamente sobre pessoas perturbadas, traumatizadas e que por isso agiram de formas nada convencionais, mas que tais atos foram o reflexo daquilo que já viveram. Os psicopatas, ou serial killers (como preferirem) são pessoas extremamente destroçadas, instáveis, sem auto-controle. Todos eles tiveram uma infância complicada com separações, abusos, maus tratos, preconceitos, descaso e todas essas coisas refletiram no que posteriormente eles se tornaram (mas claro que não é em todos os casos, nem todos desenvolvem a psicopatia). São vítimas, assim como nós poderíamos ser deles, infelizmente.

Não vou me estender muito nem pretendo dar uma aula de Comportamental aqui. Só vim bater um papo a respeito disso, porque as vezes passa despercebido que eles também são gente e que tem uma história. A moral pesa nessa hora, pois são criminosos, mas também são vítimas e é preciso olhar os dois lados da moeda.

Aqui abaixo vem um vídeo sobre uma garotinha que sofreu maus tratos ainda bebê e ao longo do tempo esses más lembranças foram revertidas em atos de violência e ódio contra os mais próximos. Ela tinha tudo pra ter se tornado uma futura psicopata mas com os cuidados dos pais adotivos e toda a atenção á esse problema, sendo tratado logo cedo pôde ser revertido. Ela hoje é psicologa e é presidente de uma ONG que trabalha com crianças que sofreram violência.



domingo, 14 de outubro de 2012

A gente invisível de Cajazeiras


As cidades pequenas um dia crescem e esborrotam empurrando tudo e todos para as periferias, mas o centro ferver assim mesmo. Anos atrás não se viam as figuras que se vê hoje por aqui pela terrinha. Falo de figuras urbanas já  conhecidas principalmente pelos frequentadores das noites aí afora.

Tem o sr. José (com aquela carinha mimosa), tinha sr. Tico que infelizmente encerrou a conta por essas bandas, tem 10 Centavos, Maísa, sr. Oliveira (que veio à Terra e queria voar, novamente talvez.), Babalú (essa é antiga, já é personagem folclórico) e tantos outros espalhados pela cidade afora.
É uma realidade dos impactos que o crescimento urbano (em todas as suas facetas) causa. Há pontos positivos e negativos.

Mas o que venho falar com tudo isso é o quanto essas pessoas tem a dizer, quantas histórias mirabolantes, quantas lições de vida... Você não às vê tristes, no máximo embriagadas. São gente! E gente com uma mala bem cheia.

São naturalmente excluídos dos vínculos de socialização (a grosso modo), são metralhados por desprezo e preconceito, claro que não venho aqui dar um de hipócrita mas lhes garanto que alguns deles eu já sentei pra conversar e tenho como estar aqui falando do assunto. Bom, voltando. Eles são aqueles que estão sim, fora da ordem social, fora do padrão imposto, fora dos costumes, fora disso tudo. Eles tem uma beleza interessantíssima, sr. José me disse que ele o pessoal que anda com ele dividem tudo. Olha ai! Estão ali sentados, sozinhos dividindo o pouco que tem do pouco que sobra. Simples ato que é de grande valia num mundo de leões onde uns comem uns outros por tão pouco.

No mais, são gente simples, humilde ao extremo, simpáticos, carentes de conversa e atenção. Mas também são guerreiros, batalhadores naquilo em que lhes coube. Resumindo. São gente.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Um copo molhado e vários universos.

   A mesa molhada do bar diz quanto tempo os copos já ficaram ali, indo e vindo a cada gole. É quase um ritual. Tem o altar, as oferendas, os sacerdotes e a consumação embriagada no fim da noite. São os dito cujos “Corações selvagens” que tanto anseiam tais noites, correndo velozes em busca de algo que nem ao menos tantos deles sabem descrever. E aquela sede matada ao gole gelado vai cada vez mais respondendo as incertezas, ou piorando-as. Eis o espírito da coisa.

   Já reparou os tantos universos paralelos que esses momentos nos levam? Parece algo infinito. Há um mundo em cada um, em cada ser daquele sentado ao seu lado dividindo a mesma garrafa, talvez o mesmo copo. Há páginas e mais páginas de um livro onde as entrelinhas falam mais alto, onde os pontos e vírgulas sustentam todo um frenesi de desejos. Delírios árduos em meio a palavras flutuantes.

   Quando falo em palavras flutuantes, falo daquelas palavras, daquelas frases que ficam rodopiando dentro da cabeça procurando uma linha onde possa ser encaixada. Aonde vão se formando pensamentos de uma vida heterogenia de fatos e desejos. É onde reina os questionamentos, as repostas, a escrita do poeta bêbado, do escritor sóbrio.

   Mas em meio a tudo isso existe um simples fator que une tudo e todos: O desejo de viver. Tão avassalador e selvagem que os impulsiona para frente, os faz lançar-se ao mundo sem medo de viver, de perder, de cair. E impulsiona o pulo pra cima, o “sacode a poeira”, o outro dia clareado, o novo sorriso. Você sente o desejo no calor da pele, naquele olhar infindo onde não se sabe até onde pode enxergar. É nesse momento que uma pergunta pode ser respondida. Porque existimos? Existimos pra viver.

   E tudo se torna eterno enquanto for lembrado.

sábado, 22 de setembro de 2012

Hoje é o dia de dona Rô, minha mãe.

Hoje é um dia especial pra mim, é o aniversário da mulher de minha vida! Minha mãe.

Minha guardiã, protetora cuidadosa hoje tá apagando as velinhas em forma de 43... O engraçado é que ela é puta por conta disso. A jovem mãe Rosângela Pereira dos Santos que tem dois filhos, um de 19 anos (eu) e uma de 15 (Larissa) comemora duas idades diferentes hoje. Como é que pode isso? Vou lhes contar.

Ela foi registrada uns tempos depois de ter nascido (isso era normal na época). Seu registro de nascimento tem a data 22 de setembro de 1969, mas, ela nasceu em 22 de setembro de 1970, olha a loucura! Até hoje ele diz que meu avó e minha avó são dois doidos (haha.).

Minha mãe é uma super guerreira. Já passou por um bocado de coisa até chegarmos onde estamos hoje quando se diz respeito a viver bem, e por isso e muito mais, mas muito mais mesmo é que eu digo que ela é a mulher de minha vida.

Bom, esse tipo de coisa eu não gosto muito de escrever, minha praia é demonstrar então o texto vai ficando por aqui mesmo. Nessas horas fico travado ao escrever, então é só!

Agora vou indo dar uns cheiros e abraços na minha véa. Hoje ela é toda minha.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um simples Paccelliar


   Já se passaram dois anos... Puta merda passou rápido! O cara era o bicho, e ainda é! Sempre que eu ouço aquela velha frase clichê da música do Cazuza “Os meus heróis morreram de overdose” e trago ela pra minha vida eu penso “Nem todos!” Teve um deles que tá fora dessa lista.

   Foi um espelho pra mim, ainda tá sendo. Foi uma grande influencia. Há mais próxima que já tive até os últimos dias. Eu olhava pra aquele quarentão em cima do palco com uma guitarra onde nela tinha um adesivo da fadinha Sininho do Peter Pan e eu ficava pensado “Mas, que porra isso?” Hahahahaa. Mas, logo depois eu achava aquilo o máximo. Ia de contra ponto a toda a macharada metaleira dos shows de rock daqui.
 Quando digo que o “véi” foi a mais próxima influencia que eu já tive foi em relação a termos musicais e até profissionais, pois desde que me engajei a querer ter uma banda de rock (isso lá nos meus 14, 15 anos de idade) eu sempre sofria críticas de minha mãe  vindo com a mais clássica das frases “Isso não tem futuro, vá estudar!”. Aquilo era uma tapa na cara, mas nunca desanimei. 

  Quando conheci a pessoa que era Paccelli mesmo lá só de cima do palco e pelo que a galera falava dele eu pensei “Eu quero ser igual a ele!”. Achava fantástico! O cara era professor da universidade e ainda tinha uma banda de Rock and Roll. Foi um raio de esperança na minha vida naqueles tempos, haha (pode parecer bobo ou simples, mas pra mim era muito). Sempre quis unir o útil ao agradável quando a questão era banda vs. escola. No fim das contas tive que optar pela escola (lógico).

   Não sei... Não tenho muito o que falar. Posso até ter deixado algo passar, mas era isso mesmo que eu iria falar. A pessoa que ele foi não só em imagem, mas em ato também foi importante pra mim. Até hoje o cara me persegue, hahaha. Quando estou com problemas me encontro cantarolando “Mas é só uma passagem, um sonho ruim...”

   Fica aqui meu enorme agradecimento a ele. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

País Nordestina


Eu me mato
e me rebato
na acidez do nitrato
de tua retina.
Num continente distante
longe, um instante.
Devaneio latente
me faço teu, menina.
Queima palavra.
Na tua boca entrava,
na garganta côncava
teu desejo culmina.
Na boca o beijo secreto
constrói o teto
que aos poucos o afeto
devagar e incerto
surge e ensina.
Me faço barco nesse mar
quero te ver chegar
quero saber te abraçar
quero saber te amar
país nordestina.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"Contra a idéia da força, a força das idéias"


“Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer” ♪♫



  Os movimentos sociais por décadas vem fazendo a diferença no cenário nacional. Veem mudando a cara do Brasil, mudando vidas, sendo vitoriosos quando a maioria pensa que a luta está perdida.

  Aqui em Cajazeiras esses fatos estão cada vez mais vindos à tona. As pessoas estão percebendo, ou não, que há algo que vai muito além do que a mídia prega por ai. Estão aos poucos vendo que o “buraco é mais embaixo” e isso é bom! Em meio a tantas lutas espalhadas pelo Brasil afora a que está mais nítida é a greve dos professores e servidores das instituições de ensino federais (tendo em vista que em alguns lugares os servidores já vão voltar as atividades). É uma luta que já vem perdurando por 100 dias, umas das maiores nos últimos dez anos e em meio a tudo isso os estudantes estão mostrando estarem abraçados com a causa.        

  Os Movimentos Estudantis veem se mostrando a cada dia mais organizados e unidos (tirando os pseudo-representativos do estudante) em prol de melhorias na educação, saúde, transporte... Tendo em vista que é um movimento social que muito ainda não dão ouvidos, aos poucos vão se mostrando cada vez mais atuantes e politizados; preocupados com o destino do Brasil e de seu povo.

  Em Cajazeiras o ME (Movimento Estudantil) se faz presente e bastante atuante no que se diz respeito à reinvindicações de direitos a cerca da educação pública e indo de contrapartida as privatizações de estabelecimentos públicos como os Hospitais Universitários e apoio a greve.

  No último dia 22 de Agosto em pleno desfile cívico em comemoração aos 149 anos de emancipação política o ME foi a público “desfilando” ao seu jeito: estudantes da UFCG, IFPB e professores da UFCG todos juntos com cartazes, “pinturas de guerra” e gritos de protesto mostrar pra sociedade cajazeirense o que anda passando com nossa educação pública federal e mostrar que estão aqui, em movimento, atuantes e preparados pra reclamar e ser a mosca na sopa de muito político que ao invés de ir representar e cumprir com as vontades do povo, faz o contrário e vira as costas pra ela pois como já dizia o grande compositor brasileiro Belchior “Nunca mais você saiu a rua em grupo reunido. O dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, quero cartaz”. Nós fomos lá, cabelo ao vento com nossos cartazes. Fomos aplaudidos, recebemos frases de apoio, sorrisos. Fizemos nossa parte, naquilo que nos cabe...



  Hoje conversando com um amigo Vinicius Lacerda que estava presente no desfile e viu a nós do ME com nosso protesto me disse:

  “Eu vi tantas pessoas falando ‘Dilma vai bem ver esse bando de doido correndo na rua’
Mais por dentro eu sentia que era esse bando de doido que pode mudar a situação hoje.
Não posso dizer mais nada, a não ser o meu muito obrigado e deixar aqui a minha disposição para qualquer ajuda.”

  É emocionante ler isso, é como ver todo o esforço que fizemos para organizar o manifesto e tentar passar a nossa mensagem pro povo ter resultados, ou melhor, surtir o resultado que tanto esperávamos que era tentar conscientizar e consequentemente trazer mais pessoas para a luta. É um trabalho de formiguinha, mas que aos poucos vai se fortificando e os resultados vão ficando mais nítidos.

  Parabéns a todos que participaram desse ato digno de aplausos, falo não como também protagonista deste ato, mas como pessoa, como cidadão preocupado com o futuro do meu país, da minha gente. 

A luta é forte e é agora!

sábado, 11 de agosto de 2012

Carta à madrugada



Você parece nunca me abandonar. Me abandonará? A morte chegará... De pouco importa! Se há muita vida e tempo para desbravar-te. Tão sublime, fogosa e misteriosa parece-me nunca ter um fim, mas quando o fim chega,  chega em tom amarelo, céu borrado, cheio de luzes. É só um aviso de que você voltará. Me deixa inquieto...

Quando voltas é momento de saciar a sede de quem já vem impregnado, desde as primeiras horas do dia pela ânsia de te rever. É contigo que duvidei, indaguei, e me diverti.  É em ti que perco horas, vago entre vãos sólidos de tijolos e cimento. É em ti que me guardo e me enxergo.

Não é a toa que tantos outros, assim como eu (ou não) também te preferem. É quase uma orgia, a mais cobiçada hora entre muitas. E o que seria de nós, meros homens e mulheres sedentos pela inexplicável roda viva da vida sem ti? Vagaríamos por ai a troco de migalhas de incertas horas, além de ti, que talvez nos saciem.

É no silencio de ti que vou indo além de mim. E como já dizia o véi Paccelli Gurgel.

“Sempre me atraíram as madrugadas. Sempre as tive como minha fase predileta dos dias. O silêncio do mundo, o ressonar das coisas, a paz das ruas e becos vazios dos dramas humanos mais comuns, me proporcionam certa paz que se exaure paulatinamente sob a intensidade das pressões que nos assolam a partir das sete da manhã.”

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Por natureza egoísta


  Seria correto você chegar para alguém e afirmar não ser egoísta? Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Antônio Conselheiro, até a imagem simbólica de Jesus. Será que essas pessoas não eram egoístas apesar de sua contribuição para com o povo necessitado? Será que apesar de toda benevolência e sentido de caridade não mascarava também o egoísmo de cada um deles? Tantas perguntas para uma só resposta...

  As pessoas tendem a repudiar atos individuais meramente impulsionados pelo desejo próprio, de beneficiar a si mesmos. Não é todo dia que vemos pessoas apoiando este tipo de atitude...

  Bom, venho aqui esclarecer os questionamentos que fiz no início do texto e vou começar com um exemplo básico: É normal que pessoas tendem a não gostar de gatos e quando nós perguntamos o porquê de não gostar a resposta é quase que universal “eles são interesseiros. Estão por perto querendo brincar só quando querem comer. Quando não estão com fome, eles somem.” É normal não gostarmos de gatos pelo fato de associarmos indiretamente ou diretamente a nós mesmo, seres humanos. Vemos no animal aquela essência egoísta de querer se beneficiar das situações, ou até provoca-las para se beneficiar que nós todos temos.



  Freud explica muito bem essa questão do individualismo, até explica o fator de socialização que nós e outros seres vivos temos. Ele afirma que até nossa relação com pais, irmãos, amigos, amores é mera necessidade social. O fato de ajudarmos uns aos outros, negarmos o benefício próprio que pode ser adquirido em cima da “desgraça alheia” e afins é evitado por termos conscientemente uma moral social.

  Freud no livro “Psicologia do Grupo e Análise do Ego” afirma “(...) que o homem é um animal individual que vive em grupo, porém, necessita da condução de um líder que unifica o interesse coletivo e coíbe os impulsos egoístas de seus membros (...)” isso explica como se concretizou a concepção de sociedade. Logo mais ele vai afirmar que “(...) o homem nasce com extinto animal, porém renuncia esse instinto para viver em sociedade, o indivíduo passa a organizar sua libido”.

  Essas citações fortificam minha afirmação, e até fortalecem a comparação feita com o Humano x Gato e o extinto natural que paira sobre todos nós, seres vivos. Vivemos em coletividade, todos juntos em convívio social e para que isso ocorra é preciso se privar de vontades próprias, as necessidades mudam e é necessário para nossa própria sobrevivência. É natural tão quão o egoísmo.


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Um romance boêmio




  Como sempre as noites vinham regadas a meia luz. Lá estava eu num canto de parede com meu whisky cowboy observado aqueles tantos andarilhos da noite, por sinal, nada me surpreendia. Na verdade há algum tempo nada me surpreendia, mas foi então que vi em uma mesa longe da minha algumas senhoritas a conversar e gargalhar por várias vezes e entre ela uma misteriosa mulher que me chamou a atenção e aos poucos os goles do velho Jack iam a tornando cada vez mais enigmática.
  Mas sem esperar ela veio em minha direção, sentou e perguntou.
- Como é olhar tanto para uma mesa de mulheres há conversar?
- Eu? Olhando para uma mesa com mulheres há conversar? De maneira alguma. Estava olhando pra você enquanto conversava, é diferente. – As doses desciam casa vez mais aquecedoras enquanto aquela mulher estava ali, sentada a minha frente me indagando.
- Mas, tal observador viu o que em uma mulher misteriosa com eu?
- Tudo aquilo que se vê em uma mulher misteriosa: O olhar, apenas. – E assim ela deu aquele meio sorriso pro lado esquerdo da boca e sentou-se tateando os bolsos a procura de algo. Enquanto isso eu ia imaginando qual seria sua próxima iniciativa, daí ela apenas me olha e puxa um porta-cigarros e me pede por um fósforo. Eu dei.
  Ela parecia ser daquelas mulheres já acostumadas com noites perdidas em meio a pubs, não, ela não era nenhuma santa e muito menos eu estava interessado nisso. Depois de observa-la, sorri e lhe propus um jogo.
- Que tal fazermos um jogo?
- Que tipo de jogo? –Perguntou a mulher com um ar de curiosidade.
- Cada resposta sobre mim é uma resposta sobre sua vida. – Ela olhou meio assustada, mas sem pensar muito aceitou a proposta.
- Então vamos lá garotão. Por onde andavas todo este tempo que hoje vim vê-lo por aqui?
- Hum... Estava entre linhas calçadas, frases bem postas e pontos finais. Termino sempre numa mesa pensando como estão indo as coisas. – Ela riu, tomou o copo pra si, colocou um dosa e tomou-a.
- Engraçadinho você – Disse ela sorrindo. – Bom, sua vez! Faça sua pergunta.
- Você é feliz? – Indaguei sem pensar duas vezes. Na verdade, nem sei ao certo o porquê de tal pergunta, apenas queria saber. Mas ai ela me olha, parece ainda processar a pergunta, acho que também tentando entender o porquê da pergunta.
- Bom... Sim, sou feliz. Bastante por sinal. – Ela responde rápida e querendo evitar meus olhos. Certo. Pergunta respondida. – Agora vamos falar de outras coisas, essa brincadeira começou a ficar meio sem graça.
- Certo você decide – Ela parecia não ter gostando da pergunta, algo a incomodava. Fiquei me perguntando se as noites que ela passava aqui seriam para preencher, esquecer ou afogar algo. Penso que sempre procuramos algo no intuito de substituir outra coisa que já não temos.
Conversamos por bastante tempo. A madrugada se estendia, tateei meus bolsos a procura de meu relógio de bolso. Encontrei-o, olhei a hora, já marcava 03:14 da manhã. Precisava ir.
-Vou pedir-lhe licença, pois tenho de ir. – A noite já tinha se esgotado para mim, a bebida também. Então ela olha pra mim acenando com a cabeça como se dissesse “tudo bem”. Levanto-me, deixo o dinheiro da conta sobre a mesa, ponho a cadeira no seu devido lugar e me despeço daquela linda senhorita.
- Foi um prazer ter tido esta noite de boas conversas com a senhorita – Ela levantou-se, pegou seu casaco de algodão e veio em minha direção.
- Vou com você. Minhas amigas ficam bem chatas depois de uns bons drinks. Creio que nossa noite não precise terminar agora.
  Não esperava tal atitude, me surpreendi, mas logo concordei.
  Ok, vamos então. – Minha casa ficava a duas quadras do pub, algumas ruas e lá estávamos prontos para entrar na minha fortaleza.  Levava poucas pessoas até lá, gosto de me reservar em casa e de preservar a casa também. Tudo organizado no seu devido lugar, do menor para o maior e por ordem de importância. Folhas pregadas nas paredes, rabiscos, desenhos sobre a tinta branca da parede.
Estávamos na sala, a cozinha era a esquerda, sem divisórias. Um corredor logo a frente levava aos quartos e banheiro e todo o resto.
- Bela casa – Ela afirmou olhando do tento a baixo.
- Obrigado. Tenho vinho, você quer?
- Depois de umas doses de whisky? Tem certeza?
- Acho que sim. – Dei um sorriso.
  Sentamos no tapete da sala, abrimos um José Cuervo e ficamos ouvindo um bom blues.  Falávamos de música, o ultimo filme da semana e a loucura dos anos que não voltam mais. Assim fomos nos aproximando um do outro, o calor dos corpos foi ficando cada vez mais nítido. Aproximei meu rosto no dela.
- Sou direto, acho que todos deveriam ser assim. Detesto conversas com curvas demais, sabe. Sinto-me atraído por você, sinto vontade de beija-la. – Nesse momento eu já podia sentir e ouvir sua respiração lenta, os lábios se desprendendo um do outro vagarosamente. Já sentia sua boca na minha.
  O suor já tentava desesperadamente resfriar nossos corpos, numa tentativa falha ia escorrendo pela pele. Já não havia blusa, nem camisa. Sapatos? Nem se fala. Vestido e calça já iam dizendo “até logo”. A cama foi nosso leito de prazer. Eu a beijava, mas aquilo não me significava nada. Acho que também estava a procura de algo para preencher aquilo que há tempos tinha perdido.
  Abro meus olhos após o som insuportável do despertador  a tinir em meus ouvidos e com um movimento rápido consigo desliga-lo a fim de reaver minha paz. Desse momento em diante já não conseguia mais voltar ao meu sono. Eram 8:25 da manhã, um domingo.
  Procurei-a ao meu lado entre os lençóis, mas não a encontrei. Ela já tinha partido pensei eu.
- Merda... Detesto acordar cedo. Só espero que ela tenha deixado minha carteira. Ou melhor, espero que ela não tenha levado nada. – Andei devagar, ainda meio desorientado, não tinha necessariamente acordado ainda se é que me entende. Andei e chequei: Garrafas de vinho pelo chão, a bagunça da noite anterior e nada da bela senhorita.
  Ainda podia sentir seu perfume meio adocicado em mim, podia ainda lembrar-me das palavras murmuradas antes da intensa noite entre lençóis. Lembro-me dela como algo mais que uma simples mulher em um noite casual. Ela deixou algo. Recordo das palavras murmuradas ao tom etílico do vinho, ao som do samba baixinho, lembro-me dela ter destilado palavras tristes.
  No mesmo dia a noite fui até o velho lugar de sempre, na velha mesa de sempre, mas ela não apareceu. Tudo naquele lugar pareceu normal sem a presença dela. Ela mudava as coisas, mudava mesmo. Passei dias e dias indo lá, quase uma semana inteira, mas não havia mais mulher alguma, ela tinha sumido como se nunca tivesse existido. Aquilo foi definitivamente estranho.
  No dia seguinte acordo cedo e vou pegar meu jornal. Costumava ler as notícias por jornal impresso, gosto bastante da liberdade que as páginas em papal lhe dão, é bem melhor do que a tela de um computador. Vou foleando o jornal ainda com aquele cheiro de “recém saído do forno” e me deparo com uma notícia na página policial
“Corpo de mulher (27 anos) foi encontrado próximo à estrada principal. Testemunhas afirmam ver seu carro andar em zig-zag, capotar até cair fora da pista em meio ao matagal...”.
  Para mim sou bastou ler até ali tendo em vista a foto da tal mulher ao lado da reportagem. Era ela! Fiquei sem conseguir acreditar, mas então tudo começou a me fazer sentido. As palavras murmuradas, os dias em que esteve ausente, a morte em si. Acaso? Alcoolismo ao volante? Problemas no carro? Tristeza? Acho que esse foi sua causa-mortis, tristeza. Ela era triste e desenganada, não sabia para onde ir e como ir. Ela se cansou.
  Dobrei o jornal, acendi meu cigarro e fui à geladeira. Abri uma garrafa de vinho, a última, enchi meia taça. Tome-a.
- Essa é pra você Bárbara. Até logo. – Me despedi.



quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pois é


  A vida também é feita de “pois é” e muitos “dar de ombros”. Ambas as frases (gesto) sempre aparece quando não há mais algo a acrescentar diante de um comentário ou diante de algo no qual já não se pode mais fazer nada, assim dizendo. “Não acredito em destino, afinal não gosto da ideia de não poder controlar minha vida”. Eu particularmente não acredito em destino, mas deveras nem tudo se pode controlar: As ações da natureza, da física, uma bola mal chutada, um tropeço, uma nota mal feita. Venho com esse tipo de reflexão há um bom tempo que sempre me é reforçado com frases de pensadores ou músicas.

  Inerente ao ser está o acaso (lá vem ele de novo com isso), e venho mesmo. As pessoas... Como posso dize... Piram com isso de destino e se frustram por esperar uma coisa que acaba não acontecendo. Acredito na força das ações externas e internas que vão abrindo caminho na nossa caminhada. Acredito no potencial humano.

  Converso com pessoas, elas dizem ter medo daquilo que não sabem, não conseguem enxergar. Elas vão de marcha ré, sem acreditar na ousadia de si mesmos. Ando assim, em certo ponto, compreendo as dúvidas e incertezas. Combato tudo isso, claro, é preciso! Se faz necessário “peitos de aço”. “E lá vem mais uma porrada de sacrifícios!” digo a mim mesmo quando me deparo que situações onde não posso me dar ao luxo de usufruir. É, nem tudo são flores. Recolho-me, espero o outro dia e uma nova chance, eu a agarro e talvez não a solte.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"A noite é de São João"


Estamos todos em ritmo de festa! É São João!!!

  Uma data importante principalmente para o nordeste que foi da onde se originou tal comemoração. O São João é sem dúvidas uma via que nos faz resgatar a nossa cultura desde a raiz, lá nos terreiros onde soava uma sanfona, um zabumba e um triangulo. A fogueira estalando e o milho sendo assado, bandeirolas, xadrezes cintilantes se misturam entre cores e o Forró tomando de conta.

  Em quase todo o nordeste se faz as festas para comemorar a data, aqui em Cajazeiras –PB não é diferente, todo ano tem. Inclusive esse ano a programação do evento (que é realizado na praça conhecida como Xamegão) é em comemoração ao centenário do pai do Forró: Luiz Gonzaga.

  Ótima! A ideia é ótima se não fosse às bandas que se apresentam para a homenagem que em sua maioria não se vê nem uma sanfona, muito menos ao ligado a nossa cultura popular. “O mercado tá de olho é no som que Deus criou” uso essa frase do Zeca Baleiro como metáfora, afinal, não consigo engolir a ideia de contratarem bandas que nem se quer se preocupam com o que vão transmitir ao povo com suas músicas, letras nada significativas se formos levar ao contexto histórico cultural de nossa terra. Já disse isso antes e vou voltar a dizer: Não tenho sombra de dúvidas que toda essa comemoração está fazendo o filho do sr. Januário se tremer no caixão, ah com certeza!

  Cadê a essência? Sou sim a favor de resgatarmos nossa história seja ela por manifestação artística ou não (coisa que tais bandas que mencionei não fazem). Esse texto é mais um desabafo de revolta. Ah, então você se revolta com isso? Claro que sim! Aos poucos vão deixando de lado o mais importante, a memória e cada vez mais se abraçando com o puro entretenimento visando lucro e outras coisas mais... É uma realidade que incomoda.





A Noite é de São João
Luiz Gonzaga
-
É São João
A noite é de São João
Alegria no meu coração 
E São João
Ainda é São João
Não adianta fazer confusão
Porque

Não ver balão no ar
Vejo sim
Ver quanto foguetão
Vejo sim
Quanta lanterna acesa
Ver a natureza
Embelezar o sertão
Vejo sim
Então pra que fazer
Tamanha confusão
Se tem fogueira acesa
Pode ter certeza
A noite é de São João
Porque

terça-feira, 5 de junho de 2012

A mídia e sua falta de ética



  Nas idas e vindas por sites e pesquisa pela internet afora eu me deparei com um vídeo onde havia acontecendo um acidente entre veículos e um dos envolvidos estava ajudando a socorrer uma vítima, quando jornalista tentam entrevista-lo, e já incomodado o senhor que ajudava no socorro a vítima deu uma lição de ética jornalística ao repórter. O que venho dizer com isso? Venho falar um pouco da mídia e das notícias que nos são repassadas todos os dias pelas redes de TV.

  Hoje em dia é muito mais fácil conseguir informações diversas sejam elas falsas ou verdadeiras, o mundo da internet nos proporciona isso, mas a 15-20 anos atrás quando não existia internet onde o único meio de se conseguir informações eram por tv, rádio, jornais ou revistas era possível saber se tudo que esses meios nos passavam eram verdade? Acho meio difícil...

  Hoje isso já não existe com muita força, mas mesma assim se perpetua. A tv está ai, com suas emissoras esborratadas de profissionais jornalísticos que tem como dever nos repassar informações dos mais diversos acontecimentos pelo mundo afora, mas será que elas são verdadeiras e coerentes com a verdadeira realidade? E fácil de responder isso, as emissoras costumam alterar informações, organizar frases,  uma palavra apenas e todo um contexto muda isso tudo para favorecer alguns e desfavorecer outros tantos. Não existe ética, existem interesses de uma “panelinha” por trás de tudo isso.

  Fazem com que acreditemos naquilo que estão passando. Exemplo típico é um conhecido jornal de sexta-feira a noite em uma edição dizer que o ovo faz mal a saúde, já na próxima edição diz que ele faz bem. Como não duvidar do que se passa? O pior são aquelas pessoas que não tem acesso a outro tipo de meio de informação ou que não tem uma formação escolar que lhe permita ser mais crítico do que de costume, e até mesmo aquelas que nem ligam. Essas pessoas são os principais alvos, as emissoras procuram aliena-las (e conseguem).

  É como costumo dizer “a tv é a maior arma de alienação em massa” e é algo que se perpetuará, afinal o sistema trabalha também para que isso perpetue. Os vídeos logo abaixo falaram melhor por mim.

  Abaixo vão três vídeos e um link com a hipócrita Carta com os Princípios Editoriais das Organizações Globo 


1° O vídeo que citei no início desse texto


2° Entrevista com Rodrigo Amarante


3° Direito de resposta Brizola x Globo



Princípios Editorias das Organizações Globo
http://g1.globo.com/principios-editoriais-das-organizacoes-globo.html

Alguns trechos do texto.
Seção I
i) As Organizações Globo são apartidárias, e os seus veículos devem se esforçar para assim ser percebidos;
j) As Organizações Globo são laicas, e os seus veículos devem se esforçar para assim ser percebidos;
k) As Organizações Globo repudiam todas as formas de preconceito, e seus veículos devem se esforçar para assim ser percebidos;
l) As Organizações Globo são independentes de governos, e os seus veículos devem se esforçar para assim ser percebidos;
m) As Organizações Globo são independentes de grupos econômicos, e os seus veículos devem se esforçar para assim ser percebidos. Por esse motivo, as decisões editoriais sobre reportagens envolvendo anunciantes serão tomadas a partir dos mesmos critérios usados em relação aos que não sejam anunciantes;

Seção II
c) O respeito e a transparência devem marcar a relação dos jornalistas com suas fontes. Quando indagado por elas sobre o destino da informação que acaba de lhe dar, o jornalista deve responder com a exatidão possível;”



quarta-feira, 23 de maio de 2012

A trágica lógica do bêbado filósofo


  Cá estou eu mais uma vez, não sei explicar o porquê de certas inspirações pairarem sobre minha pessoa apenas quando o ponteiro marca as altas horas da noite, isso é uma questão a se ver posteriormente por que, nesse momento venho tratar de um assunto de suma importância popular e geral entre todos os amantes da bebida alcoólica (vinhos, bebidas quentes, cerveja e etc.) e a grande frase “filosofias de bêbados”. A partir disso, lá vou eu.
  É certo e mundialmente conhecido dizer que bêbado quando está inspirado filosofa, mas assim como vários outros, venho eu empenhar o meu ato de filosofar indagando. Mas por que então afirmam que bêbados filosofam? O que está por trás disso? E é justamente isso que vou tentar agora encontrar uma resposta.
  Às vezes estamos tristes, felizes, eufóricos talvez ou apenas “inspirados” e a partir dai, seja numa mesa de bar ou até mesmo na calçada “biritando” com os amigos que as frases afloram, dai em diante meu amigo sai de baixo que “a porra ficou séria”. Até o próprio momento e ambiente pode proporcionar esses momentos, como se fosse uma ignição para que o “eu alcoolicamente filosófico” venha à tona.
  Mas não podemos negar a força que o velho e apreciado Boteco tem sobre os mortais. E como já dizia o grande Leonardo Boff.
“O boteco é mais que seu visual, com azulejos de cores fortes, com o santo protetor na parede, geralmente um Santo Antônio com o Menino Jesus, o símbolo do time de estimação e as propagandas coloridas de bebidas. O boteco é um estado de espírito, o lugar do encontro com os amigos e os vizinhos, da conversa fiada, da discussão sobre o último jogo de futebol, dos comentários da novela preferida, da crítica aos políticos e dos palavrões bem merecidos contra os corruptos. Todos logo se enturmam num espírito comunitário em estado nascente. Aqui ninguém é rico ou pobre. É simplesmente gente que se expressa como gente, usando a gíria popular”


  Há quem diga também que além de proporcionar tais momentos e conversas “o boteco é onde a democracia se inicia”...
  No ultimo mês (Abril) eu li em algum lugar um texto falando sobre uma pesquisa realizada por cientistas onde o principal objetivo deles era descobrir se o álcool influenciava na criatividade das pessoas, e foi comprovado que na maioria dos pacientes (cobaias) ao ingerir a porção de 0,75 MG de álcool certa área do cérebro encarregada da criatividade aumentava suas atividades e em consequência algo há mais podia ser produzido pelos pacientes.
  Então a partir da citação de Boff e essa pesquisa é possível afirmar que o ambiente influencia e que as pessoas  num certo momento da bebedeira atingem sem consciência disso um potencial maior de questionamento e diálogo, falando assim de passagem, entramos num estado de Filosofia Etílica Espacial, ou FEE.
  Bom, não sei se essa seria a resposta mais exata, mas vamos tentando como bons questionadores os motivos no qual nós filosofamos ao estarmos bêbados, ou levemente embragados.

“Beber ou não beber, eis a questão.”

“Todos devem acreditar em alguma coisa. Eu acredito que vou tomar mais uma.”

“Mais vale um bêbado conhecido do que um alcoólatra anônimo.”

“Tu és para mim o que sou para ti, tu vais me matar mas eu vou te engolir.”

E essa é pra fechar!

“CACHAÇA, NADA MAIS QUE UM APERITIVO,
TODO MUNDO BEBE, MORTO OU VIVO.
COMO TODO POBRE QUE BEBE VIRA REI,
BEBEREI TODA A CACHAÇA DO UNIVERSO
PARA ESQUECER A MULHER QUE TANTO AMEI.”

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O esperar, o acreditar e a sorte


  Há dias venho me deparando com frases um tanto clichês, más que para a maioria surte efeito confortante e traz esperança. É importante frisar que venho aqui não para criar polêmica ou fazer apologias a ideologias particulares minhas, e sim, abrir espaço para um bom diálogo saudável e construtivo. Ideia essa que vem sendo proposta por mim desde a criação deste blog.

  É verdade que em muitos momentos de nossas vidas nós passamos por problemas sejam eles pessoais, profissionais ou familiares (que não deixa de ser pessoal de certa forma,) e que muitas vezes tais problemas parecem não ter solução, e se tem, não é algo imediatista. Daí é onde quero chegar, pois diariamente nos deparamos com pessoas colocando em pauta a tal repetida frase “deixa que o tempo resolva tudo” ao se referir a problemas nos quais parece não ter solução. Depois de tanto experimentar tal afirmação cheguei à conclusão de que isso é redondamente errado, pois o homem tem a capacidade de modificar e vem modificando sua vida diariamente (fato inegável), então penso que apenas sentar e ver “o tempo resolver” não é lá uma boa ideia se levarmos em conta de que nada vai mudar se alguma coisa não for feita.

  Outra frase que também se encaixa nesse contexto é a seguinte “Foi por que Deus não quis” ou “Foi por que Deus quis”. Quero de imediato dizer que não venho aqui questionar crença alguma ou faltar com respeito àqueles que creem em Deus, venho apenas levantar questões que acho importantes que sejam discutidas. Vou dar um exemplo típico do que estou falando. Uma certa pessoa vai fazer uma prova para concurso mas não consegue atingir a nota suficiente a leva-lo a aprovação, daí sempre tem aquele que vem e diz ”Não se preocupe pois se não deu certo agora foi por que Deus achou melhor assim”. Ora bolas! Infelizmente tenho que discordar, pois o seu fracasso na avaliação foi diretamente proporcional ao seu esforço quanto ao estudo referente à avaliação em questão, não há como fugir disso, e si ele não conseguiu bons resultados é por que não estava realmente capacitado. Referente a isso entramos em outro exemplo típico, mas que não vou me aprofundar que é o caso de quando alguém morre... “Ah, foi por que Deus quis.” Sinceramente, não desce.

  Por ultimo quero levantar a questão de “ter sorte” que é algo muito subjetivo igualmente aos outros dois casos no qual eu citei anteriormente, mas se formos levar em conta de que há a probabilidade de algo dar certo ou não é totalmente descartável a afirmação “fulano teve sorte”. De maneira alguma, exemplo: Quando se joga um dado de seis lados à probabilidade de cair no número cinco é de 1/6, matemática simples, e tal exemplo pode ser comparado ao ganhador da Megacena onde a probabilidade dele ganhar é de 1/600 mil, por exemplo. E isso pode ser levando a qualquer momento de sua vida, não se restringe a momentos como esses e os acontecimentos em geral se resumem a mero acaso.

  O que eu quis dizer com tudo isso é que não adianta esperar por forças divinas, ou um momento de sorte em sua vida ou esperar que as coisas se concertem ou aconteçam com o tempo que nada vai adiantar ou mudar. É preciso incessantemente ir à luta e não desistir, planejar e ver a coisa dar certo. Um sonho não se concretiza apenas por querer, tem sim, que fazer mesmo que sacrifícios tenham de ser feitos.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Mapas e acasos

  Aqui estou eu mais uma vez! Nem sei por onde começar esse novo texto mas vamos que vamos que ao decorrer das linhas eu desenrolo.
  Parti de minha terrinha dia 04 de Março as 23:00hs pra um novo cenário, novas ruas e pessoas. Agora aqui estou e tenho a necessidade de arquivar essa nova vertente, essa outra estrada a que tenho de seguir agora. Tendo em vista todas as minhas passagens por essas terras (João Pessoa) ainda me sinto um "cara pálida em terras indígenas", mas aos poucos vou me situando.
  Um novo cenário educacional tem suas portas abertas pra mim. A universidade federal da Paraíba (UFPB) é um marco pois a muito desejei está ali dentro, um local riquíssimo assim como muitas outras universidades por ai a fora e cabe a mim usar de todas as ferramentas que a instituição favorece para me enriquecer como pessoa pensante e atuante na sociedade, de certa forma.
  Mas como nem tudo são flores cabe a mim aos poucos e com os pés no chão ir pregando meus pregos na parede, pendurando meus quadros, empilhando meus livros e pisando firme no chão. A vida não é fácil pra maioria. Mas como "...Tudo está em tudo e contudo o caminho é um só..." tenho apenas de ter paciência que aos poucos a poeira levantada vai se assentando.
  A saudade de minha família, meus amigos, livros e cama é demasiadamente grande mas é algo a ser superado, afinal, algumas coisas precisam ser sacrificadas. Em meio a tudo isso me resta muitas perguntas, anseios, mapas e acasos e nada melhor do que terminar esse texto com a música que mais aprecio do Engenheiros do Hawaii e a qual define meus dias e aquilo que penso. Vou remando sem fraquejar, afinal o barco ainda flutua.

Mapas do Acaso 
-
não peça perdão, a culpa não é sua 
estamos no mesmo barco e ele ainda flutua 
não perca a razão, ela já não é sua 
onda após onda, o barco ainda flutua 
ao sabor do acaso 
apesar dos pesares 
ao sabor do acaso... flutua


então, preste atenção: o mar não ensina, insinua 
estamos no mesmo barco, sob a mesma lua 
no mar, em marte, em qualquer parte 
estaremos sempre sob a mesma lua 
ao sabor da corrente 
tão fortes quanto o elo mais fraco 
ao sabor da corrente... sob a mesma lua


âncora, vela 
?qual me leva? 
?qual me prende? 
mapas e bússola 
sorte e acaso 
?quem sabe (?) do que depende?





sábado, 18 de fevereiro de 2012

Pierrot e Colombina



E é pela manhã já sem conseguir mais dormir que Pierrot pensa em segurar mais uma vez o aço da batalha, por em mãos o escuto há muito arranhado por espadas e furado por flechas, o elmo da paciência e da coragem. Tudo isso por um minuto de paz, um minuto.
Pensou ele tramar vingança contra aqueles que um dia o difamaram ao vento, mas ele não é igual a Edmund Dantès, não é, e não pretende ser. O fato de um dia más palavras sobre sua pessoa terem soado nos ouvidos de outra pessoa só aumentam a tamanha raiva e angústia. Pode-se ver hoje até onde a teoria do Efeito Borboleta pode levar.
Colombina sua amada hoje franqueia entre trincheiras a fim de respostas. Há muito vinha sido perturbada por fatos intrigantes. Há muito juntava paciência, esperança e raiva. Hoje o ultimo dos acasos veio a deleitar sobre os olhos da Colombina, veio tirar o sossego. O mais perturbador de todos; a gota d’água.
Um fato que veio a apunhalar o Pierrot como nunca imaginou que seria possível. Um engano, um grande engano e foi o bastante... O ato do silêncio é tudo o que resta, a esperança e a paciência são companheiras inevitáveis. Hoje “O Pierrot apaixonado chora pelo amor da Colombina e na esquina se mata a beber, pra esquecer, pra esquecer”. "O sol veio socar-lhe a cara e ela com certeza já tinha ido embora, só restou-lhe a igreja de todos os bêbados”.
A mãe injustiça é por ventura impiedosa, parece não dar trégua... Maldita! Agora só o que resta são os dias, inacabáveis às vezes e a grandeza das coisas. Parece-me que essa é a conclusão do O Abraço, apenas parece. Nada mais.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Agente conversando e dando milho aos pombos


Senhor do Capitalismo vamos sentar e conversar? Você me mostra como a coisa ta no papel e como ela vai “funcionar” que eu lhe mostro como ela funciona. A gente sintetiza e você me diz onde ficam aqueles que mais necessitam e o que vai acontecer com eles.
Os grandes? Eu já sei bem o que vai acontecer nem me afobe com isso... Enquanto isso escuta essa música.

Milho aos pombos
Zé Geraldo

Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí
queimando pestanas organizando suas batalhas
Os guerrilheiros nas alcovas preparando na surdina suas
mortalhas
A cada conflito mais escombros
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
dando milho aos pombos
Entra ano, sai ano, cada vez fica mais difícil
o pão, o arroz, o feijão, o aluguel
Uma nova corrida do ouro
o homem comprando da sociedade o seu papel
Quando mais alto o cargo maior o rombo
Eu dando milho aos pombos no frio desse chão
Eu sei tanto quanto eles se bater asas mais alto
voam como gavião
Tiro ao homem tiro ao pombo
Quanto mais alto voam maior o tombo
Eu já nem sei o que mata mais
Se o trânsito, a fome ou a guerra
Se chega alguém querendo consertar
vem logo a ordem de cima
Pega esse idiota e enterra
Todo mundo querendo descobrir seu ovo de Colombo


Incompetência há de sobra


Voltando por essas terras, to passando muito tempo sem postar nada e pretendo voltar o mais rápido possível.
Enquanto isso trago minha indignação quanto ao atual prefeito de Cajazeiras (minha terrinha) Carlos Rafael.
Há meses o funcionalismo municipal vem sofrendo com a incompetência do atual prefeito. Carlos Rafeal tomou posse após o antigo prefeito Léo Abreu renunciar ao cargo.
De inicio parecia até que as coisas iriam andar, mas foi engano, em meses: rotatórias foram feitas, praças reformadas (umas ainda em reforma $$$) e uma reforma na Prefeitura Municipal onde se gastaram 147 mil reais com grama, tinta e operários.  Há ainda projetos mal implantados como semáforos novos em vários pontos da cidade e câmeras de vigilância que até agora só se sabe de umas poucas que se conta nos dedos... E outras coisas como o dinheiro para financiar o projeto de revitalização do Açude Grande, mau eficiência nos postos de saúde, desvio de verbas e muito mais.
Com o passar dos dias outro problema surgiu: O atraso no pagamento dos funcionários. Isso é algo que não se pode engolir no seco. Foram dois longos meses que agora que começaram a ser recompensados, aos poucos...
O que mais me revoltou esses dias foi a entrevista de uma funcionária pública municipal dizendo o seguinte “Minha filha tem que ir pedir comida nas casas pra gente poder viver” isso em relação ao não pagamento dos funcionários. Como pode uma coisa dessas acontecer???
Quer ficar mais indignado ainda? O nosso prefeito soltou a seguinte frase uns dias atrás “Se eu pagar aos funcionários não haverá carnaval” COMO DIABOS TEMOS DE ENGOLIR ISSO?!!!. Um prefeito que fala em “o maior carnaval da Paraíba” querendo comparar tal festa de merda com o salário atrasado de várias famílias?
A mais nova do Carlos Rafael foi questionar onde está 4 milhões de reais que foram dados pelo governo federal, onde, tal verba já está há anos nos cofres municipais esperando apenas os “malas” de plantão roubarem e depois vir com a pergunta “onde está o dinheiro?”.
O mau uso do dinheiro nosso, a má governança do prefeito e as falcatruas de praxe estão levando Cajazeiras e seu povo de mal a pior, e claro, o mandato de tal prefeito.

“Esse foi o maior estelionato que Cajazeiras já viu” - Dr. Carlos Antônio referente a renuncia do ex-prefeito Léo Abreu.

“o prefeito acha que não vai ter oportunidade de ser rebatido quando ele procura uma desculpa para a incompetência da prefeitura municipal”...

...“os recursos locais são apenas para fazer festas, que têm de sobra, agora pagae o funcionalismo e os fornecedores não faz”...

...“e não adianta vir com esta conversa mole de dizer que não saber onde estão os recursos, o que é mais grave ainda, pois mostra que ele não tomou pé ainda da situação neste tempo todo”... “contra fatos não há argumentos, mentiras tem pernas curtas”... - Efraim Filho.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Uma Ditadura Virtual

  O FBI por ventura esteve por trás da maioria dos conflitos entre nações. Umas sete vezes eles colocaram e tiraram pessoas do poder e armaram. Para beneficiarem quem? EUA, lógico!
  Agora desativa o Magauploud acusando de pirataria. Essa importância dada no momento ao site de troca de arquivos foi simplesmente uma chance que não quiseram perder, afinal as leis SOPA e PIPA estão ai no “sai ou não sai”. Sinceramente isso foi a maior desculpa  dos últimos anos pra querer se beneficiar.
  Os EUA possuem grandes empresas que trabalham com Mídia e troca de arquivos, nada mais nada menos está querendo bloquear todos de terem informação e entretenimento gratuito para a partir daí terem de pagar do próprio bolso pra conseguir uma simples imagem (A do Guy Fawkes, rs) isso implica em? Em? Mais dinheiro no bolso dos norte americanos sem falar do controle que eles terão sobre a Internet (Uma Ditadura Virtual).
  A Wikipédia entrou em protesto desativando sua página na Internet, outros sites censuraram comentários, ameaçaram/ameaçam entrar em “greve” a favor da não aprovação dessas duas leis que priva a troca de arquivos com Copyright (seja lá ela qual for).
  Agora o que podemos fazer? Apoiar os sites, assinar petições, protestar (de qualquer forma) e dessa forma enfraquecer essa ideia sem um fundamento que preste.

OBS: Abaixo coloquei o link de cinco posts antigos onde falo das falcatruas do FBI

 Guy Fawkes - O símbolo de revolução do século XXI




 

As 7 vezes que a CIA mudou o rumo da história - pt1 

http://o-efeito-e-a-borboleta.blogspot.com/2011/01/as-7-vezes-que-cia-mudou-o-rumo-da.html

As 7 vezes que a CIA mudou o rumo da história - pt2

 http://o-efeito-e-a-borboleta.blogspot.com/2011/01/as-7-vezes-que-cia-mudou-o-rumo-da_14.html

As 7 vezes que a CIA mudou o rumo da história - pt3

http://o-efeito-e-a-borboleta.blogspot.com/2011/01/as-7-vezes-que-cia-mudou-o-rumo-da_23.html

As 7 vezes que a CIA mudou o rumo da história - pt4 

http://o-efeito-e-a-borboleta.blogspot.com/2011/02/as-7-vezes-que-cia-mudou-o-rumo-da.html

As 7 vezes que a CIA mudou o rumo da história - pt5

http://o-efeito-e-a-borboleta.blogspot.com/2011/02/as-7-vezes-que-cia-mudou-o-rumo-da_15.html