quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"Contra a idéia da força, a força das idéias"


“Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer” ♪♫



  Os movimentos sociais por décadas vem fazendo a diferença no cenário nacional. Veem mudando a cara do Brasil, mudando vidas, sendo vitoriosos quando a maioria pensa que a luta está perdida.

  Aqui em Cajazeiras esses fatos estão cada vez mais vindos à tona. As pessoas estão percebendo, ou não, que há algo que vai muito além do que a mídia prega por ai. Estão aos poucos vendo que o “buraco é mais embaixo” e isso é bom! Em meio a tantas lutas espalhadas pelo Brasil afora a que está mais nítida é a greve dos professores e servidores das instituições de ensino federais (tendo em vista que em alguns lugares os servidores já vão voltar as atividades). É uma luta que já vem perdurando por 100 dias, umas das maiores nos últimos dez anos e em meio a tudo isso os estudantes estão mostrando estarem abraçados com a causa.        

  Os Movimentos Estudantis veem se mostrando a cada dia mais organizados e unidos (tirando os pseudo-representativos do estudante) em prol de melhorias na educação, saúde, transporte... Tendo em vista que é um movimento social que muito ainda não dão ouvidos, aos poucos vão se mostrando cada vez mais atuantes e politizados; preocupados com o destino do Brasil e de seu povo.

  Em Cajazeiras o ME (Movimento Estudantil) se faz presente e bastante atuante no que se diz respeito à reinvindicações de direitos a cerca da educação pública e indo de contrapartida as privatizações de estabelecimentos públicos como os Hospitais Universitários e apoio a greve.

  No último dia 22 de Agosto em pleno desfile cívico em comemoração aos 149 anos de emancipação política o ME foi a público “desfilando” ao seu jeito: estudantes da UFCG, IFPB e professores da UFCG todos juntos com cartazes, “pinturas de guerra” e gritos de protesto mostrar pra sociedade cajazeirense o que anda passando com nossa educação pública federal e mostrar que estão aqui, em movimento, atuantes e preparados pra reclamar e ser a mosca na sopa de muito político que ao invés de ir representar e cumprir com as vontades do povo, faz o contrário e vira as costas pra ela pois como já dizia o grande compositor brasileiro Belchior “Nunca mais você saiu a rua em grupo reunido. O dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, quero cartaz”. Nós fomos lá, cabelo ao vento com nossos cartazes. Fomos aplaudidos, recebemos frases de apoio, sorrisos. Fizemos nossa parte, naquilo que nos cabe...



  Hoje conversando com um amigo Vinicius Lacerda que estava presente no desfile e viu a nós do ME com nosso protesto me disse:

  “Eu vi tantas pessoas falando ‘Dilma vai bem ver esse bando de doido correndo na rua’
Mais por dentro eu sentia que era esse bando de doido que pode mudar a situação hoje.
Não posso dizer mais nada, a não ser o meu muito obrigado e deixar aqui a minha disposição para qualquer ajuda.”

  É emocionante ler isso, é como ver todo o esforço que fizemos para organizar o manifesto e tentar passar a nossa mensagem pro povo ter resultados, ou melhor, surtir o resultado que tanto esperávamos que era tentar conscientizar e consequentemente trazer mais pessoas para a luta. É um trabalho de formiguinha, mas que aos poucos vai se fortificando e os resultados vão ficando mais nítidos.

  Parabéns a todos que participaram desse ato digno de aplausos, falo não como também protagonista deste ato, mas como pessoa, como cidadão preocupado com o futuro do meu país, da minha gente. 

A luta é forte e é agora!

sábado, 11 de agosto de 2012

Carta à madrugada



Você parece nunca me abandonar. Me abandonará? A morte chegará... De pouco importa! Se há muita vida e tempo para desbravar-te. Tão sublime, fogosa e misteriosa parece-me nunca ter um fim, mas quando o fim chega,  chega em tom amarelo, céu borrado, cheio de luzes. É só um aviso de que você voltará. Me deixa inquieto...

Quando voltas é momento de saciar a sede de quem já vem impregnado, desde as primeiras horas do dia pela ânsia de te rever. É contigo que duvidei, indaguei, e me diverti.  É em ti que perco horas, vago entre vãos sólidos de tijolos e cimento. É em ti que me guardo e me enxergo.

Não é a toa que tantos outros, assim como eu (ou não) também te preferem. É quase uma orgia, a mais cobiçada hora entre muitas. E o que seria de nós, meros homens e mulheres sedentos pela inexplicável roda viva da vida sem ti? Vagaríamos por ai a troco de migalhas de incertas horas, além de ti, que talvez nos saciem.

É no silencio de ti que vou indo além de mim. E como já dizia o véi Paccelli Gurgel.

“Sempre me atraíram as madrugadas. Sempre as tive como minha fase predileta dos dias. O silêncio do mundo, o ressonar das coisas, a paz das ruas e becos vazios dos dramas humanos mais comuns, me proporcionam certa paz que se exaure paulatinamente sob a intensidade das pressões que nos assolam a partir das sete da manhã.”

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Por natureza egoísta


  Seria correto você chegar para alguém e afirmar não ser egoísta? Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Antônio Conselheiro, até a imagem simbólica de Jesus. Será que essas pessoas não eram egoístas apesar de sua contribuição para com o povo necessitado? Será que apesar de toda benevolência e sentido de caridade não mascarava também o egoísmo de cada um deles? Tantas perguntas para uma só resposta...

  As pessoas tendem a repudiar atos individuais meramente impulsionados pelo desejo próprio, de beneficiar a si mesmos. Não é todo dia que vemos pessoas apoiando este tipo de atitude...

  Bom, venho aqui esclarecer os questionamentos que fiz no início do texto e vou começar com um exemplo básico: É normal que pessoas tendem a não gostar de gatos e quando nós perguntamos o porquê de não gostar a resposta é quase que universal “eles são interesseiros. Estão por perto querendo brincar só quando querem comer. Quando não estão com fome, eles somem.” É normal não gostarmos de gatos pelo fato de associarmos indiretamente ou diretamente a nós mesmo, seres humanos. Vemos no animal aquela essência egoísta de querer se beneficiar das situações, ou até provoca-las para se beneficiar que nós todos temos.



  Freud explica muito bem essa questão do individualismo, até explica o fator de socialização que nós e outros seres vivos temos. Ele afirma que até nossa relação com pais, irmãos, amigos, amores é mera necessidade social. O fato de ajudarmos uns aos outros, negarmos o benefício próprio que pode ser adquirido em cima da “desgraça alheia” e afins é evitado por termos conscientemente uma moral social.

  Freud no livro “Psicologia do Grupo e Análise do Ego” afirma “(...) que o homem é um animal individual que vive em grupo, porém, necessita da condução de um líder que unifica o interesse coletivo e coíbe os impulsos egoístas de seus membros (...)” isso explica como se concretizou a concepção de sociedade. Logo mais ele vai afirmar que “(...) o homem nasce com extinto animal, porém renuncia esse instinto para viver em sociedade, o indivíduo passa a organizar sua libido”.

  Essas citações fortificam minha afirmação, e até fortalecem a comparação feita com o Humano x Gato e o extinto natural que paira sobre todos nós, seres vivos. Vivemos em coletividade, todos juntos em convívio social e para que isso ocorra é preciso se privar de vontades próprias, as necessidades mudam e é necessário para nossa própria sobrevivência. É natural tão quão o egoísmo.