quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Mapas e acasos - parte II


Já meio saturado e tanto esperar, de tanto pensar, de tanto... Ah, de tanta coisa é que venho aqui escrever novamente sobre “pé na estrada”.

Eu e Laurita Dias no morro do Cristo vendo o nascer do Sol

O ano de 2012 foi “carregado” como diz o pessoal daqui. Esse ano teve de tudo e um pouco mais. Tudo começa comigo saindo de minha linda Cajazeiras e partindo pra ir estudar em João Pessoa na UFPB, um mês de aula lá e já estava eu de volta em Cz. Tinha sido chamado pra estudar em Campina Grande, na UFCG. Desde então tenho esperado as aulas começarem, e nessa bendita espera me apareceram pessoas, outras sumiram, outras nem chegaram. Foi um ano frenético de mudanças radicais, até. De muito tempo livre, de muitas escolhas, encruzilhadas, lutas, companheirismo, militância, estudo, mas também de angústia e perturbações. Acontece.

Hoje é um dos últimos dias em que continuo por aqui. Serão longos cincos anos por outras terras, literalmente o “cara pálida” em meio á Yankees. Velejando com meu barco em meio a um mar de acasos, mas como já dizia Calcanhotto “onde foi exatamente que larguei naquele dia mesmo o leão que sempre cavalguei”, o bom nisso é que eu o tenho de volta!

Esse é um texto de despedida, pra meus amigos, como uma carta que você envia pra cada um. O que mais me pesou foi isso, meus amigos. Às vezes não parece ou não demonstro, mas sim, tenho um carinho enorme por eles, gosto, os adoro, os quero perto e esse é o maior sacrifício que vou ter que fazer além dos outros tantos que vão vir pela frente. Vou ter que ir pra longe, mas levando todos no coração e na saudade. A lei da troca equivalente reina como um imperador cruel: “Pra receber algo é preciso dar algo de valor igual em troca” e aqui estou eu nessa silhueta mais uma vez.

Quando me faltava exatamente um mês pra ir embora escrevi esse texto donde salvei por que precisa completa-lo, acho que agora esta:

Um mês, apenas um. Onde a pressa é tamanha e o tempo é muito e ao mesmo tempo pouco. Vou talhar nossos nomes, o meu, o seu, o dele em árvores imaginárias que se eternizam na memória feito fotografia guardada em álbuns de recordação.
Logo depois vai ter o devaneio, a saudade. Vai ter aquele desejo rasgante de onde ser e onde estar. Mas vai ter chegada também, vai ter abraço, vai ter saudade morta, mas que logo mais virá. Vai ser assim enquanto não chega mais outro fim de jornada.


E como da primeira vez, termino o texto com a música que chega bem longe do perto que é me definir.

Mapas do Acaso - Engenheiros do Hawaii


não peça perdão, a culpa não é sua 
estamos no mesmo barco e ele ainda flutua 
não perca a razão, ela já não é sua 
onda após onda, o barco ainda flutua 
ao sabor do acaso 
apesar dos pesares 
ao sabor do acaso... flutua

então, preste atenção: o mar não ensina, insinua 
estamos no mesmo barco, sob a mesma lua 
no mar, em marte, em qualquer parte 
estaremos sempre sob a mesma lua 
ao sabor da corrente 
tão fortes quanto o elo mais fraco 
ao sabor da corrente... sob a mesma lua

âncora, vela 
?qual me leva? 
?qual me prende? 
mapas e bússola 
sorte e acaso 
?quem sabe (?) do que depende?

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