sábado, 18 de fevereiro de 2012

Pierrot e Colombina



E é pela manhã já sem conseguir mais dormir que Pierrot pensa em segurar mais uma vez o aço da batalha, por em mãos o escuto há muito arranhado por espadas e furado por flechas, o elmo da paciência e da coragem. Tudo isso por um minuto de paz, um minuto.
Pensou ele tramar vingança contra aqueles que um dia o difamaram ao vento, mas ele não é igual a Edmund Dantès, não é, e não pretende ser. O fato de um dia más palavras sobre sua pessoa terem soado nos ouvidos de outra pessoa só aumentam a tamanha raiva e angústia. Pode-se ver hoje até onde a teoria do Efeito Borboleta pode levar.
Colombina sua amada hoje franqueia entre trincheiras a fim de respostas. Há muito vinha sido perturbada por fatos intrigantes. Há muito juntava paciência, esperança e raiva. Hoje o ultimo dos acasos veio a deleitar sobre os olhos da Colombina, veio tirar o sossego. O mais perturbador de todos; a gota d’água.
Um fato que veio a apunhalar o Pierrot como nunca imaginou que seria possível. Um engano, um grande engano e foi o bastante... O ato do silêncio é tudo o que resta, a esperança e a paciência são companheiras inevitáveis. Hoje “O Pierrot apaixonado chora pelo amor da Colombina e na esquina se mata a beber, pra esquecer, pra esquecer”. "O sol veio socar-lhe a cara e ela com certeza já tinha ido embora, só restou-lhe a igreja de todos os bêbados”.
A mãe injustiça é por ventura impiedosa, parece não dar trégua... Maldita! Agora só o que resta são os dias, inacabáveis às vezes e a grandeza das coisas. Parece-me que essa é a conclusão do O Abraço, apenas parece. Nada mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário