quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Por natureza egoísta


  Seria correto você chegar para alguém e afirmar não ser egoísta? Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Antônio Conselheiro, até a imagem simbólica de Jesus. Será que essas pessoas não eram egoístas apesar de sua contribuição para com o povo necessitado? Será que apesar de toda benevolência e sentido de caridade não mascarava também o egoísmo de cada um deles? Tantas perguntas para uma só resposta...

  As pessoas tendem a repudiar atos individuais meramente impulsionados pelo desejo próprio, de beneficiar a si mesmos. Não é todo dia que vemos pessoas apoiando este tipo de atitude...

  Bom, venho aqui esclarecer os questionamentos que fiz no início do texto e vou começar com um exemplo básico: É normal que pessoas tendem a não gostar de gatos e quando nós perguntamos o porquê de não gostar a resposta é quase que universal “eles são interesseiros. Estão por perto querendo brincar só quando querem comer. Quando não estão com fome, eles somem.” É normal não gostarmos de gatos pelo fato de associarmos indiretamente ou diretamente a nós mesmo, seres humanos. Vemos no animal aquela essência egoísta de querer se beneficiar das situações, ou até provoca-las para se beneficiar que nós todos temos.



  Freud explica muito bem essa questão do individualismo, até explica o fator de socialização que nós e outros seres vivos temos. Ele afirma que até nossa relação com pais, irmãos, amigos, amores é mera necessidade social. O fato de ajudarmos uns aos outros, negarmos o benefício próprio que pode ser adquirido em cima da “desgraça alheia” e afins é evitado por termos conscientemente uma moral social.

  Freud no livro “Psicologia do Grupo e Análise do Ego” afirma “(...) que o homem é um animal individual que vive em grupo, porém, necessita da condução de um líder que unifica o interesse coletivo e coíbe os impulsos egoístas de seus membros (...)” isso explica como se concretizou a concepção de sociedade. Logo mais ele vai afirmar que “(...) o homem nasce com extinto animal, porém renuncia esse instinto para viver em sociedade, o indivíduo passa a organizar sua libido”.

  Essas citações fortificam minha afirmação, e até fortalecem a comparação feita com o Humano x Gato e o extinto natural que paira sobre todos nós, seres vivos. Vivemos em coletividade, todos juntos em convívio social e para que isso ocorra é preciso se privar de vontades próprias, as necessidades mudam e é necessário para nossa própria sobrevivência. É natural tão quão o egoísmo.


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